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​​A MAÇONARIA​​
 

A Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por homens livres e de bons costumes de todas as raças e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas,  nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para o aperfeiçoamento da Sociedade Humana. É fundada no Amor Fraternal e na esperança de que, com amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo,  com tolerância e sabedoria, constante e livre investigação da Verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia,  ciências, artes e dentro dos Princípios da Moral, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal.

A Loja
 

A Maçonaria é uma Ordem Iniciática e os seus obreiros propuseram-se a uma demanda espiritual individual e coletiva.



O local onde se reúnem as Lojas Maçónicas só se transforma em verdadeiro Templo quando ocorre uma Sessão Ritual. Só nessa ocasião, por força do simbolismo do Quadro de Loja, Ritual praticado e da assembleia composta por iniciados, o Templo é realizado. Quando tal acontece, é um local sagrado onde reina a Luz no sentido maçónico da palavra.



Esta passagem do mundo profano para o sagrado, propicia aos Irmãos uma atmosfera única para poderem fazer progressos na demanda espiritual a que se propuseram.



Só assim se estabelece a Egrégora que permitirá que os Irmãos possam debater, de forma fraternal, rigorosa e tolerante, opiniões sobre os mais variados temas encontrando coletivamente , de mente e coração aberto,  a Luz em opiniões divergentes, sem qualquer preconceito, reserva mental ou vaidade pessoal, tendo como único objetivo a busca da verdade e a construção do Templo ideal.

A reconhecida utilidade da internet e o desejável convívio entre Irmãos que os jantares ou tertúlias proporcionam é inquestionável. Contudo, para o Iniciado, nada substitui o Templo sagrado o qual, quando realizado, é real e não uma mera encenação teatral.

O falso problema do secretismo
 

Desde sempre o secretismo dos nossos rituais despertou a curiosidade. “Para o profano, um franco-maçon será sempre um verdadeiro problema que ele, profano, não saberá resolver completamente senão tornando-se maçon.” – dizia Ricault.



Fernando Pessoa deu provavelmente a explicação mais simples e correcta para tal secretismo:



“A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstancias de meio e de momento histórico, perante os quais, de país para país e de época para época, reage, quanto a atitude social, diferentemente.



Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçónico, a Ordem é a mesma sempre em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de maçons individuais, e conforme circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa”.



Alguns Irmãos esquecem tal inegável e imutável facto preocupados com a imagem negativa que a palavra secreta poderá transmitir para a opinião pública. Preferem definir a Maçonaria como discreta, tentando em vão alterar aquilo que é inalterável.



Recordemos que em 1935 e em oposição a um projecto-lei que visava a ilegalização da Maçonaria ao ilegalizar todas as sociedades secretas, Fernando Pessoa teve a coragem de assumir a sua defesa sem abdicar dos seus princípios, definindo a Maçonaria como uma Ordem Secreta por ser Iniciática, em oposição a uma sociedade secreta. Dizia Fernando Pessoa que o mal era o autor do projecto-lei não saber a diferença, lembrando-lhe que “A Ordem Iniciática é secreta por uma razão indirecta e derivada – a mesma razão por que eram secretos os Mistérios Antigos, incluindo os dos primitivos cristãos, que se reuniam em segredo, para louvar a Deus, em o que hoje se chamariam Lojas ou Capítulos, e que, para se distinguir dos profanos, tinham fórmulas de reconhecimento – toques, ou palavras de passe, ou o que quer que fosse. Por esse motivo os Romanos lhes chamavam ateus, inimigos da sociedade e inimigos do império – precisamente os mesmos termos com que hoje os maçons são brindados pelos sequazes da Igreja Romana, filha, talvez ilegítima, daquela maçonaria remota.”.

Será natural assumir que para o profano a diferença não seja óbvia. É inaceitável que alguns maçons não sejam capazes de explicar tal diferença, preferindo desvirtuar o verdadeiro espírito da Maçonaria.

A divulgação do ideal maçónico
 

Sendo verdade que os rituais de praticamente todos os graus da Maçonaria já foram revelados tal não significa que seja legítimo um maçon continuar a proceder de tal forma. Segundo René Alleau “apesar dessa larga difusão, a Maçonaria continua uma realidade misteriosa não só para os profanos, mas também para os próprios iniciados”. De facto só a incompreensão por parte do iniciado e o facto do verdadeiro espírito da Maçonaria permanecer para alguns maçons uma realidade ainda misteriosa explica que sejam publicados livros e variados artigos revelando rituais sobre os quais os autores desses livros ou artigos juraram guardar segredo.



Só a vaidade e o desejo de uma efémera notoriedade podem explicar que se insista em revelar a um profano aquilo que ele não pode compreender sem ser iniciado.



Tendo em conta que os rituais só têm utilidade para o iniciado, a sua revelação não tem qualquer factor positivo e não se destina certamente a satisfazer qualquer necessidade na formação do maçon, visto ele já estar de posse desse ritual. O mesmo se passa com os toques, sinais e palavras de passe que, fora do seu contexto iniciático e do seu significado simbólico podem ser, e são normalmente, mal interpretados dando uma imagem incorrecta da Maçonaria.



A divulgação do ideal maçónico ao mundo profano é no entanto possível e desejável, sem que para tal sejam revelados segredos de carácter iniciático. Segredo é a palavra correcta pois, conforme já referido, o seu verdadeiro significado continua a ser um mistério mesmo para alguns iniciados.

Alguns autores maçónicos, verdadeiros conhecedores da Arte Real, têm conseguido explicar qual o espírito da Maçonaria, a sua simbologia e mesmo o ritualismo, sem recorrer à divulgação daquilo que não deve ser divulgado. São assim as melhores obras de divulgação e de investigação maçónica que se encontram publicadas.

Existem outros autores de “obras” de carácter pretensamente maçónico que, levados por uma necessidade de partilhar tudo aquilo a que tiveram acesso, ou mesmo por desejo de uma fácil notoriedade, optam pela transcrição completa de rituais, aos quais acrescentam alguns comentários que nada trazem de novo, chegando mesmo a demonstrar uma total incompreensão desse mesmo ritual, num exercício inútil e indesejável que apenas serve a satisfação do seu ego.

A Maçonaria não oferece  vantagens materiais, sociais ou politicas
 

A Maçonaria é uma demanda espiritual e pensar que oferece uma quase total imunidade assim como vantagens materiais, sociais ou politicas aos seus membros, é uma ideia profundamente errada.



Todo aquele que seja iniciado nesta base e com tais objetivos, dificilmente virá a ser um verdadeiro maçom e provavelmente nunca passará de um profano de avental, qualquer que venha a ser o seu grau.



Um maçom é um homem livre e de bons costumes, bem recomendado e de bom relacionamento, que foi iniciado na Maçonaria para “aprender a dominar as suas paixões” e para “se melhorar na Maçonaria”.



Os Irmãos podem eventualmente vir a estabelecer laços entre si fora do contexto estritamente maçónico, dos quais advenham por vezes vantagens mutuas, nomeadamente de carácter meramente material, social ou mesmo político. A diferença está nos laços de afinidade entre Irmãos, nos mais variados contextos, serem uma consequência natural do seu convívio no seio da Maçonaria em vez da adesão e participação nos trabalhos ter o intuito de obter qualquer tipo de vantagens pessoais.



Poderá parecer que a linha que separa um contexto do outro é muito ténue ou que esta é uma visão idealista da Maçonaria, mas todos aqueles que trabalham para o seu aperfeiçoamento, para a construção do templo, vêm claramente a diferença.



A Maçonaria não oferece qualquer tipo de imunidade. A Maçonaria não dá aos seus iniciados qualquer tipo de vantagens materiais, sociais ou politicas. Pelo contrário. A Maçonaria exige que os seus membros tenham no mundo profano um comportamento exemplar.



A Maçonaria apenas tem para oferecer um percurso iniciático numa demanda espiritual
com o único objetivo da construção do Templo ideal.

RITO ESCOCÊS RECTIFICADO (RER) / RECTIFIED SCOTTISH RITE (RSR)​

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